Um casal saudável pode se separar quando o amor deixa de existir. Um casamento saudável é constituído por 6 ingredientes básicos, segundo o professor Eugenio Mussak: admiração, respeito, confiança, paixão, intimidade e comprometimento. Quando um deles começa a falhar, a união começa a se desestabilizar.
A maneira como se enfrenta esta desestabilização no casamento já dá fortes pistas de como poderá ser a separação: civilizada ou problemática.
Os sofrimentos provocados nos filhos pela separação problemática dos pais são tão grandes que recentemente foi considerado crime um dos ex-cônjuges colocar os filhos contra o outro: o crime de alienação parental. Os papéis de marido e esposa podem acabar, mas os de pai e mãe nunca acabam, são para sempre. Os filhos não precisam dos dois juntos, mas precisam de cada um deles.
Alguns casais com saúde relacional, principalmente nas questões de ética e de civilidade tentam preservar a segurança, tranqüilidade e vida afetiva dos filhos. Estes precisam de explicações para a compreensão das razões pelas quais suas vidas vão mudar, devido à separação dos pais.
Comunicação franca
A separação em si não é problemática, pois tudo na vida pode mudar, inclusive as condições relacionais entre um casal após alguns anos. A comunicação franca e ética da separação dos pais aos filhos deve ser feita pelos próprios pais, preferencialmente para todos os filhos independentemente da idade, e oferecer as condições para que todos eles possam se manifestar, perguntar, compreender, para elaborarem a perda da vida com os pais juntos, garantindo que não são os filhos os responsáveis pela separação e que todos eles terão ainda o pai e a mãe mesmo que separados. Geralmente, os filhos maiores já percebem o que está acontecendo entre os seus pais muito antes desta comunicação.
Hoje, as crianças superam muito bem a separação saudável, mas são muito indefesas e atingidas quanto menores forem pelos seus pais problemáticos. O preparo dos pais é para que tenham disposição e disponibilidade para responder, honesta e eticamente, ali ou a qualquer outro dia e hora, as perguntas que os filhos quiserem fazer e acolher os sentimentos que se manifestarem.
Lembro bem que os confrontos não devem ser resolvidos pelos filhos. Não são os filhos que estabelecem a pensão, nem tampouco com quem vão ficar os filhos e quais serão os dias das visitas, mas sim os juízes que tendem a aceitar o que for de consenso comum a ele comunicado.
Confiança
Quando há dificuldades sérias entre os pais a ponto deles não conseguirem sequer ficar em um mesmo ambiente, é bom que cada um contrate um representante neutro, mas que proteja os filhos, para ajudá-los a superar estes problemas. O importante é que os representantes, legais (advogados, psicólogos, sociólogos etc.) ou afetivos (parentes, padrinhos, amigos) sejam de confiança de ambas as partes.
Saliento que um dos maiores problemas nestas separações problemáticas é quando um dos pais aproveita-se da ausência do outro para convencer de que o certo é ele e o outro é que errado, culpado, mau, prejudicial aos filhos etc. Pior ainda quando instigam os filhos a se comportarem hostilmente com ofensas, agressões, desrespeitos, sabotagens, contra ofendendo, agredindo, desrespeitando as ordens e não atendendo os pedidos do ex-cônjuge. Para isso conseguir torna-se afável, generoso, atende a todas as vontades dos filhos, o que nunca fez enquanto estava casado.
Autor: Içami Tiba
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