Como consolar a dor da morte?

Como consolar a dor? Essa imensa tristeza decorrente da perda de uma pessoa pela morte, vítima de uma fatalidade, de forma dramática e de superação muito trabalhosa.

A falta que aquela pessoa fará na nossa rotina, sua voz, seus gestos, até mesmo seus modos irritadiços, de tudo advém saudade. Uma extrema sensação de dor, de vazio, ficamos à margem do nada, vagando em pensamentos, sem forças ao menos para gritar socorro.

Lido com perdas quase que diariamente, seja com pacientes ou na minha vida. Tento habituar-me às situações de tristeza intensa, como no caso de uma morte abrupta, classifico depressões, priorizo o luto e o sofrimento pelo mínimo de tempo possível, da maturidade está a superação de momentos trágicos. A verdade de que somos impotentes e vulneráveis.

Entendo que poucos são aqueles que entendem a morte como algo permanente, como fato de que somos mortais e que todos vão morrer, uma hora ou outra. Muito já foi escrito, por Freud inclusive, sobre as pulsões de vida e morte. Quantas vezes já dissemos: “nunca mais”, “nunca mais vou fumar, nunca mais beijarei fulano, nunca mais vou beber”? Como se a finitude fosse algo concreto, real. A luta entre o passado, o hoje e o amanhã, com a pretensão de controlar o tempo.

É preciso muita dignidade para aceitar que uma vida chegou ao fim, seja daqueles próximos mais próximos, seja dos que a morte estava anunciada por doenças, parentes, amigos. A morte de um filho, que talvez seja a que cause sofrimento mais intenso. Nenhuma luta é mais digna do que aquela que travamos para vencer a dor da perda de um ser amado. Persistir na vida cotidiana depois de passar por uma perda dificílima é uma virtude da dignidade. Abraçar essa dor e tratá-la com amor, respeito e serenidade é uma tarefa que exige paciência e ternura.

Aceitar que não temos controle pelas coisas que nos são fundamentais é a primeira demonstração de força de uma pessoa. Agir com dignidade é aceitar, elaborar e digerir toda adversidade, contrariedade e fatalidade que a vida nos exigir. Não há chance para revolta, especialmente quando o destino impõe a morte.

Da serenidade dessa pessoa é que está sua força, ela não grita, não faz escândalos, não se vitimiza, é discreta, faz exatamente aquilo que ninguém esperava, prioriza o seu luto, o seu enfrentamento pessoal, com a humildade e sabedoria daqueles que estão na vida mas entendem que ela passa.

(Autora: Natthalia Paccola)

Natthalia Paccola

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  • Já vivenciei o luto pelas mortes de meus pais, irmã, sobrinho e também do meu único filho. Acho que não existe.Acho que não existem formas rígidas para o enfrentamento da perda de uma pessoa querida. Nossos sentimentos são regidos por nossas crenças, nossa cultura, nossa história de vida. Acho bom poder desabafar com alguém, quando o superego me permite, alivia um pouco, mas conheço pessoas que não gostam de falar sobre suas perdas.

  • Perdi uma irmã há um ano e três meses. Abriu-se um oco na minha vida. Sofri e sofro com a a partida dela.
    Estou em terapia, tentando lidar com o luto e a saudade. Sigo a minha vida, tentando recuperar a pessoa que eu era. Bobagem! Nada será como antes. Por vezes, acordo assustada, olho para os lados e digo a mim mesma: ela se foi.
    Dói meu coração!

  • perdi meu pai por erros médicos estou muito revoltada, peço a Deus para deixar meu pai vir falar comigo para que eu fique sabendo que ele está bem e feliz. me sinto culpada pela morte dele deveria ter feito mais por ele.
    não deveria ter levado ele para aquele hospital e sim para um outro mais preparado.

    • Ana Silveira, comigo também aconteceu igual. Sinto-me culpada em não ter socorrido meu pai. Mas não sou médica e achei que não estava tão ruim.
      Como você está agora?

    • Perdi recentemente minha mãe por falta de cuidados médicos tbm, e sei o que é se sentir culpada assim.as saiba que não deve, sei que a revolta é grande. Penso em jogar na justiça, daí penso em todo o processo que vou passar e me sinto fraca, sem forças pra conseguir reviver tudo.
      Desejo-re força! Sei que essa postagem faz tempo, mas me vi nela e quis responder.
      Abraços!

  • Perdi meu único irmão, 34 anos. Estou dilacerada emocionalmente pois dizia que ele era minha alma gêmea, mas ainda bem que tenho uma conexão forte com Deus e todos os dias ofereço minha dor pelos que sofrem dores ainda piores!

  • Perdi minha mãe faz 1 ano e 9 meses, até hj parece que não caiu a ficha, é uma dor que não consigo pôr em palavras... Sei que o que sinto; não vai passar nunca, assim como meu amor por ela! :(

  • Somente pela fé em Deus, consigo continuar, após a morte de nossos dois filhos. O mais velho faleceu com 12 anos, em 1993, e o mais novo com 26 anos, em 2010. Sem contar que, meu marido e eu não temos mais nossos pais.
    Tenho que ter forças para continuar pois tenho meu marido portador de afasia, decorrente de AVC e com câncer metastático.
    Mas sei que tenho um Deus que cuida de nós e nos fortalece porque ainda temos metas a cumprir, até o dia do nosso regresso ao Pai.

    • Quero compartilhar um pouco com vcs. Tenho 24 anos. Sempre morou eu e minha mãe. Minha vó, meu tio e a esposa dela, moram no mesmo quintal. Tem 3 casas no quintal. Há uns meses atras, a minha mãe estava muito aborrecida, muitos problemas e com isso incluindo a separação de um casamento que já não estava sendo bom, fora alguns problemas que a minha mãe não soube lidar e que precisava de ajuda, só que sempre sendo reservada, não gostava de se abrir. Eu dormia com a minha mãe na mesma cama todos os dias. Gente! Na quarta feira (13/01/16) eu no trabalho, vi varias ligações da minha tia no meu celular e uma msg no whats app da minha mãe, escrito: Lívia, estou indo para o hospital, estou com muitas dores no peito.. dor... dor.. dorr.. Sai do trabalho na hora do almoço, fui para o hospital e chegando la, soube q ela tinha ido para o trauma, nem pedi a Deus pela vida dela pq eu estava convicta que não era a hora e que a misericórdia de Deus com as nossas vidas era grande, devido ao seu amor e à vários livramentos. Minutos depois a enfermeira nos chama por nossos nomes e me pergunta se ela tinha tomado algum remédio. Minha mãe se foi aos 48 anos. Sabe quais são as minhas perguntas? Senhor, por que não librou? Por que nao deixou mais tempo? Por que permitiu, sabendo que nao tenho irmãos e meu pai mora longe. Gente, isso RASGA A ALMA. Todos os dias eu vou pra internet como vcs, ler coisas sobre pessoas que ja passaram pela mesma situação e o que me assusta é ver as pessoas falando que é uma dor que nunca passa. Eu acordo de madrugada lembrando da minha mãe, o sentimento vem a noite sem pudor, acordo cedo pra trabalhar com aquele buraco dentro de mim, aquele vazio... Tenho a certeza de que todos nos gostariamos de ter quem perdemos por perto novamente, mas seria massacrante viver falando: quero minha mãe de volta... busco o conformismo, mas tem hora que isso me desaba, é uma dor diferente de qualquer coisa... cada perda é diferente da outra.. seja avô, pai, mãe.. Perdi meu avô em 2011, sonhava com eles todos os dias e sentia muita falta..atualmente estou na casa que é dele e nao é todos os dias q eu lembro, nao sinto mais essa dor q sentia. A unica vez que senti esse ano foi quando minha mae se foi, que deitei sobre o tumulo dele e o chamava.. Como eu amo a minha mãe, ter mãe é tao bom...agora fico olhando a minha volta quem tem, como é. Esses dias presenciei uma cena de uma mãe no quarto de sua filha conversando com uma amiga e pensei... nunca mais vou presenciar isso na minha vida. Lembro quando a gente dormia juntas que o celular despertava e eu falava q estava com preguiça e estendia meu sono... hoje nem de despertador eu preciso. Levou com ela um pedaço de mim :´(

      • :( . Perdi meu pai faz menos de 3 semanas, vim na internet atrás de depoimentos de superação, mas vi que são todas iguais, a dor nunca passa ne ? Ele era meu melhor amigo, parceiro, chato e o mais engraçado de todos. Deus decidiu o levar, eu não reclamo disso, quem sou eu pra ir contra a vontade Dele. Mas a falta, a saudade e o sentimento de insegurança e impotencia são grandes.
        Como eu queria ele aqui. Ele se foi com apenas 50 anos. Meu amor, como eu queria o sr aqui comigo.

        Somente Deus pra confortar nossos corações. :,(

      • Lívia. não há palavras que possam aliviar a sua dor. Ela é só sua, mas vou tentar falar de mim um pouco quem sabe lhe ajuda. Já não tenho mãe, mas acho que cada dor é uma dor e cada situação é uma situação. Quando a perdi estava no ano que iria levá-la para assistir minha monografia. Ela se foi a 1mês e 10 dias da apresentação. Assim mesmo entreguei e defendi no dia combinado com a faculdade. Pensei no que ela gostaria que eu fizesse e fui em frente. Antes disso passei 2 anos ficando com ela de dia e fazendo a faculdade a noite, sendo que tinha estágio 2 dias na semana. Que tal se você procurasse preencher mais sua vida. Sair mais com os amigos, fazer cursos. Pensar no que sua mãe gostaria que você estivesse fazendo. A dor, acredito eu, vai sempre existir em momentos nossos, mas podemos viver da lembrança das coisas boas. Tente ser feliz e se não conseguir sozinha procure ajuda numa terapia. Seja feliz, isso é pelo menos o que sua mãe, tenho certeza desejava pra você. Como já faz um tempo que você escreveu esse desabafo, espero que já tenha superado a dor e viva das boas lembranças que ela deixou. Sucesso

      • Também sinto o mesmo perdi minha mãe a 7 meses estou passando Natal e ano novo sem ela,choro todos os dias minha vida e muito triste éramos muito ligada,minha mãe morreu depois de uma cirurgia de ponte de safena não esqueço aquele dia,ela ficou sozinha na cirurgia tinha 67 anos ,minha filha me da forças mas me vê debruçada em lágrimas estou muito deprimida,peço sempre a Deus para me ajudar e proteger minha família, tem dias que parece q meus ossos vão desprender da carne eu desmorona,minha mãe o saudades que rasga o peito?

  • Tenho passado por muitos lutos,além de um irmão, e a mãe, perdi meu filho mais velho há 20 anos ,de acidente aos 33anos. Depois de 8 anos sua esposa , minha nora também faleceu num acidente. Há 12 anos perdi uma filha ,de câncer ,aos 40 anos. Há um ano e meio perdi meu esposo ,de falência de órgãos aos 80 anos. No último dia 31 de março perdi meu pai aos 101 anos. Lutos contínuos, mas tenho fé em Deus e vou tentando superar,tentando levar uma vida normal.pois ainda tenho um filho e uma filho e 7 netos. Assim é a vida....

  • Não existe uma única alternativa para lidar com a morte.
    Cada Ser é único e sua resposta à perda também é singular.
    Também passei por muitas perdas, filho, pai, mãe, irmã, marido. A única maneira que encontrei é enfrentando. Segundo Elizabeth Kubler Ross, são 5 estágios no luto: Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. E não acontecem necessariamente nesta ordem. É complicadíssimo lidar com as perdas e depende de inúmeros fatores a superação ou não.

  • Perdi meu pai a 2 anos e 22 dias, sempre choro, choro muito, as crises de choro são péssimas, ainda escuto as músicas antigas dele, vou no bairro em que morávamos na minha infância e sempre visito o túmulo, converso com ele e levo músicas que ele gostava para escutar. Queria muito que voltasse a época de criança para aproveitar mais meus pais casados e meu pai antes de falecer.
    Me lembro dele todos os dias, me lembro das tardes em que ouvíamos músicas, das caminhadas, das tardes na orla, me lembro dos tempos bons e ruins que vivemos. Ele me faz muita falta e é sobre essa falta que eu não consigo reagir, viver como antigamente.
    Ele sempre foi meu braço direito, todos os conselhos eu pedia para ele. E hoje me vejo sozinha..

  • As vezes eu tomo um remédio pra dormir, mas nem isso me concede a paz de um sono tranquilo. Somente a paz do espírito santo que excede todo entendimento. Precisamos acreditar nisso, Ele é o consolador... Li todas as postagens e vi pessoas que após anos ainda não superaram.. Deixem e peçam que o espirito santo se encarregue disso e que a promessa de vida eterna, seja mais um consolo. Um dia nos vamos nos encontrar. Mas sem perdas, sem dores, sem choros e sim na eternidade, para toda eternidade. Deus nos prometeu morada no céu!

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Natthalia Paccola

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