Medo de querer viver aquilo que fomos: uma migalha, um asco, uma falta que permanece: grita, melindra, sentida, sorvida, mantida.
Presença manifesta nos detalhes: taças, perfume, tapete, lareira, taco solto do piso do quarto.
Siga, me ame em outros corpos, me sinta em novas ancas, implore baixinho para que lhe toquem nos mesmos lugares que tinha vergonha de permitir.
Sobreviva da dilacerante falta que minhas implicantes queixas traziam todas as noites em que voltava embriagado. Por favor não lamente, seja solto, reveja onde passamos, inspire fundo, amorteça com cachaça, vá adiante.
Sôfrega é a lembrança. É o que resta.
Lindo!