A consciência, aquele diálogo interno que parece controlar seus pensamentos e ações, pode ser bem menos poderosa do que se pensa. De acordo com a nova teoria proposta por um pesquisador da Universidade do Estado de São Francisco (SFSU), nos EUA, a consciência seria um canal passivo, e não uma força que exerce controle.
Em um estudo publicado na revista Behavioral and Brain Sciences (Ciências do Cérebro e do Comportamento, em tradução livre), o professor de psicologia Ezequiel Morsella sugere que a consciência funciona como uma espécie de intérprete. “O intérprete apresenta a informação, mas não é responsável pelos argumentos nem age sobre o conhecimento que é compartilhado”, explica Morsella em entrevista à assessoria de imprensa da Universidade. “Da mesma forma, as informações que percebemos em nossa consciência não são criadas por processos conscientes nem são uma reação de processos conscientes. A consciência é o homem médio, e ele não trabalha tanto quanto você pensa.”
Na teoria do Passive Frame, proposta pelo professor, a consciência é mais reflexiva e menos propositiva do que a sabedoria popular acredita. A consciência humananão teria controle sobre os diversos impulsos (necessidades, pensamentos, sensações e reações físicas) que passam por nossa mente a todo instante. “Por muito tempo pensamos que a consciência resolvia problemas e tinha muitas partes dinâmicas, mas na realidade ela é bem mais básica e estática do que isso”, explica Morsella. “Esta teoria é bastante contraintuitiva”, acrescenta.
De acordo com o estudo, o “livre-arbítrio” não tem relação com a consciência, ela não decide nada nem nos guia em momentos de escolha. A consciência seria apenas responsável pela transmissão de informações que controlam a ação voluntária do sistema muscular esquelético.
Morsella comparou a consciência à internet. A rede de computadores pode ser usada para comprar livros, pesquisar ou qualquer outra tarefa, mas quem toma as decisões é a pessoa em frente ao computador. A internet é apenas sua ferramenta. Pensamentos não estão conectados. A teoria também nega a crença popular de que um pensamento consciente leva ao outro. “Um pensamento não sabe do outro, ele apenas tem acesso e age sobre a mesma informação inconsciente”, diz Morsella.
A teoria levou mais de dez anos para ser desenvolvida e tem grandes implicações para o estudo de transtornos mentais. “Por que você tem um desejo ou pensamento que você não deve ter? Porque, em certo sentido, o sistema de consciência não sabe que você não deveria estar pensando em alguma coisa”, disse Morsella . “Um gerador de impulso não sabe que um desejo é irrelevante para os outros pensamentos ou ações em curso.”
Para o professor, uma das dificuldades de se estudar a consciência está no uso da própria consciência para estudá-la. “Durante a maior parte da história humana, a caça e a coleta e outras preocupações mais urgentes requeriam ações voluntárias executadas rapidamente. A consciência parece ter evoluído para esses tipos de ações, e não para entender a si mesma”, conclui
Fonte: Ezequiel Morsella, Christine A. Godwin, Tiffany K. Jantz, Stephen C. Krieger, Adam Gazzaley. Homing in on Consciousness in the Nervous System: An Action-Based Synthesis. Behavioral and Brain Sciences, 2015
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