Para psicólogo, dor da rejeição ativa mesmas áreas da dor física

O sentimento de rejeição é provavelmente a ferida psicológica mais comum e recorrente nas nossas vidas, afirma o livro “Emotional First Aid” (Primeiros Socorros Emocionais), recentemente lançado nos Estados Unidos.

Não há quem não tenha sido preterido em alguma brincadeira infantil, esquecido na hora de uma festa, perdido o emprego ou sofrido desilusão amorosa, enumera o doutor em psicologia e especialista em terapia de casais Guy Winch, autor da obra. “As rejeições são os cortes e arranhões psicológicos que machucam a pele emocional e penetram na carne”, diz ele.

Mesmo com a frequência das ocorrências, o rejeitado pode não conseguir formar uma carapaça – muitos sofrem tanto que a dor lhes inunda de raiva e solapa a autoestima. Não é para menos, explica a terapeuta de casais Marina Vasconcellos. “O ser humano tem necessidade de ser aprovado, de ser aceito. Pertencer a uma sociedade, a uma família, é uma necessidade básica. E a rejeição tira esse direito. Fica um vazio.”

A sensação é profunda, diz ela: “Dói no peito, parece que estão enfiando uma faca”. Não se trata de figura de linguagem. Em seu livro, Winch cita estudos que, por meio de ressonância magnética, mostram que a dor da exclusão social ativa no cérebro as mesmas áreas acionadas pela dor física.

O mesmo acontece em relação ao sofrimento amoroso, demonstrou trabalho mais recente, não citado no livro. Em pesquisa feita nos EUA, 40 pessoas que tinham recentemente levado um chute do parceiro foram submetidas a duas experiências: em uma, viram fotos de seus “ex”; na outra, receberam estímulos térmicos semelhantes ao de café quente derramado na mão. Nos dois casos, o cérebro deu respostas similares. As reações das pessoas, porém, são diferentes.

Há os que simplesmente superam, vão em frente, mas também há os que caem na autocomiseração e na depressão. Sem falar nos casos em que a rejeição se transforma em raiva. “É uma reação que pode vir da própria depressão. Você está indo para o fosso, então violentamente tenta sair do fosso”, afirma a terapeuta de casais Tai Castilho.

Em 551 casos de homens que mataram suas mulheres nos Estados Unidos, quase a metade dos crimes ocorreu em resposta a uma separação, constataram cientistas citados no livro de Winch.  “Há pessoas que acham que o mundo é uma grande teta e que todos têm de fazer o que elas querem”, diz. “O mundo contemporâneo propaga que é possível você ter tudo; se você não tiver, não alcançar, a frustração é maior”, afirma Castilho.

Talvez por isso, diz Vasconcellos, as relações sejam mais instáveis. “As coisas estão mais passageiras. Em relações amorosas, as pessoas não investem o quanto deveriam investir. Se está difícil, já passam para outra.”

Mas fica a dor. Que pode ser superada. “É preciso encarar a rejeição como um aspecto da vida. E reconhecer que você pode trilhar outro caminho para abrandar a dor”, orienta Joel Rennó Jr., psiquiatra do Programa de Saúde da Mulher da USP.

Não que isso seja simples. Em muitos casos, é preciso buscar ajuda de um especialista. Mas o rejeitado também pode se ajudar.

“Ouça o que as pessoas falam de você, e não apenas o que você pensa”, diz Marina Vasconcellos. E não tenha vergonha de falar sobre o assunto, propõe Tai Castilho: “As pessoas não devem ficar trancadas”.

Autor: Rodolfo Lucena

Fonte: Folha de São Paulo

Natthalia Paccola

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  • Tenho que agradecer pelo texto que li, tenho depressão e crises de rejeição fortes. Entendi melhor pelo que li.

  • Sinto esse vazio, pois fui rejeitada pelos meus pais, onde fui adotada por outros que também não souberam me amar

    • Silvana, eu fui rejeitada pelos meus pais mais tive que conviver a vida toda com eles e não foi facil, mais por gostar de estudar e fazer parte do grupo da igreja onde ajudavo pessoas muito pobres e carente eu consiguia superar um pouco a dor de conviver com pessoas todos os dias que não se importavam comigo... Foi dificil e é dificil ate hoje pois eu sou a pessoa que transformar o rancor em raiva e isso as vezes atrapalha muito minha vida .... Principalmente pq penso sempre que as pessoas sao falsas comigo ... Mais enfim tento ver sempre o lado bom as conquistas que eu fiz os pais e maes de coracao que fizeram por mim mais que meus proprios pais, os verdadeiros amigos, meu noivo e Deus .... Nao vou mentir mais tenho ainda hoje a esperança que meus pais vao mudar e que vou poder finalmente dizer que tenho uma familia ... Mais ate la tento ser orgulhosa de mim mesma e das coisas que conquistei sozinha, força e coragem ?

  • A dor da rejeição, maus tratos,bullying,gerados na infância e adolescência,deixam marcas profundas. É como um machucado que sara,mais deixa a cicatriz. Podem ser tratados com análises,entre outros métodos para suavizar, mais não somem como um passe de mágica.

  • Sempre fui tão rejeitada qdo criança q .hoge depois de adulta qdo alguém me elogia morro de vergonha e nunca acredito .

  • Bem meus pais me deixaram com os meus avós desde os 3 meses de idade,isso me dói muito pois sou mãe e jamais abriria mão das minhas filhas mesmo se tivesse passando por alguma dificuldade. Isso pra mim não eh papel d mãe e isso me torna revoltada ,não sei oq eh amor de pai e mãe, apesar oq sou hj devo aos meus avós muito,mas não eh a mesma coisa e naum sei amar e dar valor aqueles q me amam ou so dizem q me amam.. me sinto muito rejeitada!!!!!
    Será que eh por isso q sou assim????? :(

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Natthalia Paccola

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