Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento a igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre. “Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?” Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:
– Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
– Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
– Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
– Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
– Promete se deixar conhecer?
– Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
– Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
– Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
– Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
– Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.
Autor: Martha Medeiros
Essa sugestão de promessas é interessante, mas o seu conteúdo não deve ser abordado numa cerimônia de casamento. Ninguém se torna apto a atender integralmente tantas promessas com base no momento de dizer “Sim, eu prometo”.
Pessoas verdadeiramente livres serão capazes de cumprir tantas expectativas naturalmente ao longo da vida de casadas. Eis porque o indivíduo precisa ter discernimento e percepção para se assegurar de que casará com uma pessoa livre!
As causas dos problemas estão dentro do indivíduo. Libertar-se dos próprios grilhões é necessário para se alcançar a verdadeira felicidade, o que se dá através do processo de autoconhecimento e autodesenvolvimento. É uma transformação de dentro para fora do indivíduo. O processo é doloroso, mas o renascimento é infinitamente recompensador!
pERFEITA REFORMA! vAMOS COLACAR EM PRATIVA NA LEI CIVIL E NO RELIGIOSO. 😉
Para mim faltou o principal:Ser fiel na alegria e na tristeza, se não conseguir por longo tempo seja ao menos verdadeiro para dar o direito ao outro de saber e o que fazer.